segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Médicos são flagrados vendendo receitas de medicamentos controlados

Receitas foram encaminhadas à Vigilância Sanitária.

Conselho de medicina também vai apurar o caso.

O "Jornal Hoje" conseguiu, com facilidade, ter acesso a remédios de tarja preta para emagrecer, calmantes e até antidepressivos. O comércio ilegal, flagrado com câmeras escondidas, acontece dentro de clínicas particulares e em hospitais públicos de Minas Gerais.

O esquema ilegal de venda de receitas de medicamentos controlados começa no balcão de atendimento de uma clínica particular, no interior do estado.

Quem prepara a receita é um médico, clínico geral especializado em medicina do trabalho. Ele também atende em um hospital público da cidade de Nepomuceno (MG). "Acredito que alguém deve ter utilizado de má-fé e pedido uma receita pra mim, no nome de outra pessoa", disse o médico. Ele afirmou ainda que não lembra de cobrar pela receita. "Eu atendo muita gente no meu consultório", argumentou.

Por telefone, a equipe fez outra encomenda, de calmantes. A ligação foi feita para um hospital, em Conceição do Rio Verde (MG). Na unidade de saúde, dias depois, quem negocia o valor da receita é uma atendente, que afirma que tem que obter a assinatura do médico. Duas receitas saem por R$ 10. "O cara vai lá, dá o nome na portaria e eu faço. Paciente meu. Pode ser que na hora eu confundi com paciente meu", disse o médico.

O diretor técnico do hospital admite a irregularidade. "Por uma questão humanitária, somos obrigados a fornecer medicamentos para essas pessoas, mas não com a intenção de vender. Isso aqui é preço simbólico para pagar o talonário", disse ele.

A venda de medicamentos controlados é regulada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O uso desses remédios sem supervisão médica pode causar sérios danos à saúde e até levar à morte. De acordo com o cardiologista Flávio Pazzuto, entre os sintomas estão convulsões, epilepsias, alterações gastrointestinhas, irritabilidade e arritmia cardíaca.

As receitas compradas foram encaminhadas à Vigilância Sanitária de Minas Gerais, que vai investigar a denúncia. "Nós podemos bloquear o acesso ao talonário e as numerações de receita do profissional ou da instituição", afirmou o farmacêutico Paulo Pazzotti, da Vigilância Sanitária de Minas Gerais.

O Conselho Regional de Medicina vai abrir sindicância contra os médicos. "Um dos artigos do código de ética fala que o médico nunca deve receitar sem examinar o paciente. Então, só de pegar a receita sem ser examinado, já é um crime grave", disse o delegado do conselho, Luiz Henrique de Souza Pinto.

A aprovaçao do Ato Medico

A aprovação do Ato Médico...
A Câmara Federal aprovou na última quarta-feira, na Comissão de Seguridade Social e Família, o Projeto de Lei 7703/06. Ele passa a definir a área de atuação, as atividades privativas e os cargos privativos dos médicos, também conhecido como “Ato Médico”. Segundo o relator Eleuses Paiva, o projeto só foi aprovado porque contou com a participação do líder do DEM, o deputado federal Ronaldo Caiado, já que foi ele quem colocou o projeto em regime de urgência em setembro. Caiado não esconde a satisfação e diz que esse foi “um sonho realizado”:
– Uma luta com final fantástico para nossa classe.
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... e a posição dos farmacêuticos
Já o Conselho Federal de Farmácia, por meio do seu presidente, o farmacêutico Jaldo de Souza, diz que não abre mão das prerrogativas dos farmacêuticos bioquímicos em fazer exames citopatológicos e assinar seus laudos, já que o “Ato Médico” assina como privativo do médico o exame, contrário do que já foi aprovado no Senado.
– Iremos até as últimas consequências legislativas e judiciárias – ameaça.
Jaldo diz que lamenta a postura do deputado Ronaldo Caiado, que na Câmara não representou o povo:
– Mas sim, corporativamente, a classe médica.

Autoritarismo e retrocesso no congresso

Nossa posição é clara e cristalina: nós não abriremos mão da prerrogativa do diagnóstico, do tratamento e do comando da equipe multidisciplinar no tratamento de um paciente. Do contrário seria negar a Medicina. Precisamos debater sobre o quê podemos avançar para o paciente. Ronaldo Caiado - Deputado Federal (DEM-GO) e médico durante debate sobre o projeto de lei mais conhecido como ATO MÉDICO.

A OMS - Organização Mundial da Saúde, define SAÚDE como sendo o bem estar físico, psíquico e social do ser humano e não somente a ausência de enfermidade ou invalidez. Quer os médicos, senhores da razão, CONCORDEM ou NÃO, esta é a definição aprovada e chancelada pelos países de todo o mundo através da entidade maior da saúde.

Dentre vários significados, esta definição traz um emblemático que é a multidisciplinarida de. Que quer dizer, a Saúde é uma construção feita por 14 diferentes áreas de atuação profissional, todas muito importantes para a recuperação do paciente e não apenas por uma única, hegemônica, auto-suficiente e soberana, como querem impor alguns médicos (entre eles o Dr. Ronaldo Caiado) às outras 13 profissões.

Há casos de países desenvolvidos, como a Itália, que o profissional que cuida da prevenção das doenças recebe remuneração maior do que aqueles especializados em procedimentos de alta complexidade, como por exemplo as cirurgias cardíacas. A lógica é simples: quando há prevenção, as pessoas precisam bem menos de operar o coração.

Portanto o paciente necessita, com o mesmo grau de importância, de cuidados e da atuação de profissionais especializados para atuar em situações diferentes. Dos cuidados dos enfermeiros; das informações dos farmacêuticos sobre o uso correto de medicamentos; da orientação do psicólogo; das técnicas do fisioterapeuta e do fonoaudiólogo, das dietas receitadas pelos nutricionistas; dos laudos dos exames de sangue e hormonais feitos pelos bioquímicos e de todos os outros profissionais. E precisam muito do médico. Da atuação do médico. As outras 13 profissões reconhecem e valorizam esse profissional.

Observação: Os relatos feitos acima são endereçados ao Deputado Federal Ronaldo Caiado que chegou atrasado para o debate, que aconteceu nesta quarta feira 14/10 na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados sobre o PL 7703/06, mais conhecido como ATO MÉDICO, e saiu antes de terminar. Por que pelo que disse em seu pronunciamento revelou um profundo autoritarismo e retrocedeu a saúde a um momento remoto da evolução humana e envolto na luz de velas que ainda emanam do candelabro, em um canto escuro da medicina medieval

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Brasil recodista de farmacia

Brasil recordista de farmácias
No Brasil há situações singulares que surpreendem. Em meio a toda a crise econômica, o setor das farmácias deve fechar o ano com um crescimento recorde de 12,5% em relação ao ano passado.
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O número de farmácias no Brasil superou o de padarias. Hoje há cerca de 60 mil farmácias em todo o país, enquanto padarias estão em torno de 52 mil. Só para efeito de comparação temos hoje 25 mil escolas de ensino médio.
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As farmácias faturaram no ano passado R$ 28 bilhões e este ano devem alcançar R$ 31,5 bilhões. Até grandes investidores estão de olho querendo comprar redes de farmácias e drogarias.
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Não adianta culpar o mau hábito brasileiro da auto-medicação. Existe um outro fator relevante. Com hospitais e clínicas se descredenciando do SUS e com a rede pública, em petição de miséria, muitas pessoas, no lugar de enfrentarem horas na fila de uma UPA ou hospital sem saberem se no final da espera vão conseguir ser atendidas preferem ir direto à farmácia e comprar um remédio.
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Como o poder aquisitivo das classes C e D aumentou, mais pessoas têm condições de comprar remédios.
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Agora vejam o paradoxo. Pelo número de habitantes do Brasil, o recomendável dentro dos padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS) seriam 30 mil farmácias. Temos 60 mil, o dobro. Em compensação hospitais, postos de saúde, leitos hospitalares são muito menos do que o recomendável.
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Do blog do " Garotinho". DO BLOG POLITICOS DO SUL DA BAHIA