06 de setembro de 2012
Toxinas de animais, como cobra, por exemplo, mostram-se úteis para a produção de medicamentos.
Matar aquela abelha que tenta insistentemente pousar numa lata de refrigerante não é apenas diminuir em alguns gramas a produção de mel no mundo. Estudos dos últimos anos vêm mostrando que esse pequeno inseto também é capaz de produzir matéria-prima para a confecção de um potente medicamento para dor. Cobra, aranha e escorpião também estão no grupo dos animais e insetos que estão dando uma força para a saúde das pessoas.
São os peptídeos, compostos presentes nos venenos, os responsáveis pela produção de remédios. No caso da abelha, a ação ocorre no sistema imunológico humano. “O veneno tem um efeito igual ao da morfina”, explica a pesquisadora Esther Bastos, da Fundação Ezequiel Dias.
O temido escorpião também é ‘fonte’ para diversos tratamentos terapêuticos. “Usamos um peptídeo, por exemplo, que é anti-hipertensivo. Também há substâncias inseticidas e algumas antibacterianas que ainda não estão sendo utilizadas”, descreve a professora do departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG, Maria Elena de Lima. Segundo ela, o veneno do escorpião tem mais de 300 moléculas, muitas que, ainda, não foram sequer estudadas.
Para aproveitar as centenas de peptídeos produzidos pela aranha, sem precisar disseminá-las completamente, são feitas reproduções dessas toxinas em laboratório. As utilidades são diversas. “Há toxinas para atuação na dor, na isquemia e na arritmia cardíaca”, ensina o pesquisador e professor aposentado da Faculdade de Medicina da UFMG, Marcus Vinícius Gómez.
Medicamentos anti-hipertensivos também podem ser fabricados a partir do veneno da cobra. “Ela produz pedaços de proteína que podem reduzir a pressão arterial”, diz o professor titular do Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, Robson Augusto Souza
Publicado em Destaque, Divulgação científica
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