quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Ocupação impede compra de remédios para hospitais da UFBA



1) O diretor da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão (Fapex), Marcelo Veras, disse ao G1 nesta terça-feira (31) que o complexo de saúde da Universidade Federal da Bahia (UFBA) sofre com a ocupação dos estudantes universitários na sede da instituição desde a quarta-feira (25), em Salvador. De acordo com o diretor, a ocupação afeta a compra de materiais hospitalares, como produtos de farmácia e remédios.

“A minha preocupação é com a permanência dos estudantes por um período indeterminado. Há medicamentos que precisam ser comprados. As correntes impedem a entrada de funcionários e, por isso, não conseguimos realizar a compra. Os estoques dos hospitais não irão durar muito tempo”, garante Veras.

O G1 conversou com Wanderson Pimenta, coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFBA. "Nós tivemos uma mesa de negociação com uma equipe de pró-reitores da UFBA e eles não nos passaram essa situação de emergência. Disseram apenas que queriam a desocupação. Isso não podemos fazer nesse momento, antes da resposta das nossas reivindicações. Claro que podemos liberar a entrada de alguns funcionários para a compra desses materiais. Não queremos que a saúde pública fique prejudicada", afirma o coordenador do DCE.
Pimenta disse ainda que a liberação de entrada pode ser feita a partir do nome de alguns funcionários, desde que um documento com os nomes seja encaminhado pelo diretor da Fapex. O coordenador informou ainda que atualmente são 60 pessoas que ocupam a unidade.
De acordo com o diretor da Fapex, o Complexo de Saúde da UFBA inclui os hospitais Ana Nery e o Edgard Santos, além da Maternidade Climério Oliveira, o ambulatório de odontologia, o Instituto de Ciências da Saúde, a escola de Nutrição e os laboratórios de exame de sangue. Todos, com excessão do Ana Nery, recebem verba da Fapex para compra de material hospitalar e medicamentos. A Fapex é responsável pelo pagamento da folha de RH do Hospital Ana Nery.

Suspensão dos Serviços
A Fapex suspendeu os serviços da unidade desde a quarta-feira (24), quando estudantes da UFBA ocuparam a sede da fundação. De acordo com a supervisora Nira Silva, o expediente foi suspenso desde às 16h de quarta. "Os estudantes fecharam as portas com correntes e cadeados. O expediente só será retomado após a desocupação deles. Estamos muito preocupados porque é final de mês e deixamos de pagar salários, bolsas [estudantis], além de fazer a prestação de contas. Toda negociação deles é com a reitoria [da UFBA]", afirmou.
A suspensão das atividades da Fapex é informada aos usuários dos serviços através de um comunicado no site oficial da instituição, que é apoiadora da UFBA e da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB).

Os estudantes que ocupam a sede da Fapex estão em greve desde o dia 6 de junho. O movimento é para reivindicar melhorias para os alunos da universidade. Enquanto estão no local, os grevistas dormem em barracas montadas no estacionamento da instituição e se alimentam com verba adquiria no fundo econômico do DCE.

O estudante de Ciências Sociais da UFBA, Hugo Santos, que faz parte do comando de greve, disse ao G1 no sábado (28) que os alunos pedem que a reitoria da universidade atenda a itens colocados em pauta durante uma greve no final de 2011. "Estamos com pautas de frutos de uma mobilização feita no ano passado, no final do 2º semestre. A reitoria tinha que atender a maioria até março deste ano [2012], mas atendeu poucos pontos, os principais não foram feitos e até agora não tivemos uma resposta concreta. Por isso, ocupamos a Fapex, para pressionar uma resposta da reitoria", disse.

Entre as solicitações dos estudantes, segundo Hugo Santos, estão a disponibilização de ônibus que transportem os alunos da UFBA de um campus para outros, apelidado de "Bus UFBA", e a instalação de pontos de distribuição do restaurante universitário, que fica no campus de Ondina, em outros campi.

Greve de Professores
Os professores das universidades federais na Bahia estão em greve há mais de 50 dias. O estado possui três instituições de ensino superior federais: a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). Os servidores federais também estão em greve. A paralisação da categoria já passa dos 40 dias.

Texto de Ingrid Maria Machado, para o G1

2) O diretor da Fapex – Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão, Marcelo Veras, encaminhou carta ao estudante Wanderson Pimenta Sousa, Coordenador Geral do DCE UFBA, expondo as consequências da ocupação do prédio da fundação pelos estudantes em greve. Na correspondência, motivada ainda pela entrevista concedida pelo coordenador do DCE ao Jornal A Tarde, Veras declara que “... estamos impossibilitados de exercer nossas atividades, a exemplo de efetuar o pagamento de mais de 300 bolsas-estágio a estudantes de graduação, o salário de mais de 2.600 trabalhadores, dos quais 2.000 prestam serviços fundamentais em unidades hospitalares...”
Veras menciona ainda o impedimento da compra de materiais hospitalares, a paralização de projetos de Extensão e destaca ainda que tal ocupação poderá levar ao colapso o funcionamento do Hospital Universitário Professor Edgar Santos, da Maternidade Climério de Oliveira, do Hospital Ana Nery e de outras unidades de saúde e conclui apelando para uma desocupação pacífica das instalações da Fundação.

Fonte: UFBA

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