quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Combinação de medicamentos reduz efeitos secundários no tratamento da leucemia




Uma investigação da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, no Brasil, revela que a utilização do fármaco Zebularina é eficaz no tratamento da leucemia linfoblástica aguda (LLA) pediátrica, principalmente numa aplicação conjunta com o quimioterápico Metotrexato (MTX). Os resultados apontam que, se administrados juntos, os dois medicamentos são eficientes em doses menores do que se administrados separados. A necessidade de menos medicamentos na terapia contra o cancro diminui a ocorrência de efeitos secundários, avança o portal Isaúde.

De acordo com o responsável pelo estudo, o biólogo Augusto Faria Andrade, "esse fármaco ainda não é usado em nenhum tratamento, mas noutros estudos in vitro [que ocorre em meio artificial, sem o uso de animais] ele já foi testado em uma grande variedade (de cancros), como mama, próstata, leucemias, linfomas, glioblastoma, e sempre obteve sucesso".

A LLA é o cancro hematológico mais comum na infância, mas que também acomete adultos. Cerca de 20% das pessoas que tem esta doença voltam a desenvolvê-la. Nesta doença, as células alteradas substituem, na medula óssea, as células saudáveis, e a produção das células sanguíneas fica comprometida.

O tratamento para LLA realizado no Hospital das Clínicas (HC), no Brasil, actualmente, ocorre de acordo com o Grupo Brasileiro de Tratamento a Leucemia na Infância (GBTLI). Envolve diversas etapas, como indução, consolidação da remissão, intensificação, consolidação tardia e manutenção, e diversas drogas aplicadas em combinação. A duração do tratamento, segundo o investigador, é de dois a três anos, dependendo do grupo.

Próximo passo


O fármaco não está na fase dos testes clínicos, mas Andrade acredita que os estudos de especificidade e eficácia ajudarão as pesquisas a prosseguirem para um próximo estágio. Para que o medicamento passe a ser utilizado no tratamento da leucemia, ou mesmo para que seja testado em humanos, o biólogo diz que "seria preciso mais estudos in vitro para melhor analisar como a droga seria metabolizada e quais as consequências possíveis para seres humanos". Só assim os testes poderiam passar para a etapa in vivo, que corresponde a testes em ratinhos, e depois, humanos.

"A Zebularina tem preferência por células cancerosas, o que diminui os efeitos secundários", diz o cientista, ressaltando que "é descrita como menos tóxica que medicamentos similares já aprovados desde 2004, como a Azacitidina". O investigador acredita que dentro de cinco ou dez anos o produto poderá ser comercializado – factores como resultados, financiamento para os estudos e a autorização dos órgãos competentes como a FDA, nos EUA, e da ANVISA, no Brasil, influenciarão no processo.

Fonte Portal de Oncologia Portugues

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