quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Mais 'popular', a Pfizer avança em genéricos

Quase um ano depois de anunciar a compra de 40% da farmacêutica nacional Teuto, a multinacional americana Pfizer já se sente muito à vontade no mercado de medicamentos genéricos brasileiro. Neste mês, o laboratório começa a comercializar as versões genéricas do Viagra (combate à disfunção erétil) e do Lipitor (colesterol elevado), dois de seus principais produtos globais, considerados seus grandes campeões de vendas. A Teuto, que se tornou o braço de genéricos da americana no Brasil, colocará no mercado o Tantrix (sildenafil, sob a marca Wyeth) e Viasil (sildenafil, sob a marca Teuto); novas versões do Viagra, e o Zarator (atorvastatina, sob a marca Wyeth) e Lipthal (atorvastatina sob a marca Teuto), representando o Lipitor. As duas companhias também estão trabalhando para comercializar produtos genéricos de outras farmacêuticas concorrentes. 'Começamos a colher os frutos dessa integração', afirmou ao Valor Victor Mezei, presidente da Pfizer no Brasil. Em outubro passado, a companhia anunciou a compra de 40% do laboratório goiano por R$ 400.000.000. Em janeiro de 2014, a empresa terá o direito de exercer opção para adquirir os 60% restantes. E tudo indica que essa opção deverá ser exercida. 'Até o fim deste ano, vamos trocar 40 dossiês sobre novos medicamentos que serão desenvolvidos pelas duas farmacêuticas.' A Teuto já está distribuindo 15 medicamentos da Pfizer pelo país e a americana cinco de sua sócia nacional. As vendas do Viagra recuaram cerca de 50% em receita desde que sua patente venceu no país. A empresa quer compensar essa perda com as versões genéricas. 'Reduzimos o preço do medicamento em 50%', disse o executivo. De dezembro a julho deste ano (o ano fiscal da multinacional vai de dezembro a novembro), a receita com o produto foi de R$ 56.000.000, segundo a consultoria IMS Health. O mercado brasileiro movimenta cerca de R$ 600.000.000 por ano. 'Em volume, as vendas de Viagra [incluindo o genérico] duplicaram.' O Lipitor, o medicamento mais vendido no mundo movimentou, no mesmo período, R$ 202.000.000, valor que representa 85% do total vendido quando a patente ainda estava em vigor no país. Antes mesmo de ter a patente de seus dois principais produtos expirada no Brasil - no segundo semestre do ano passado -, a farmacêutica americana começou a pensar sua estratégia de crescimento no país. A companhia concorreu, mas não levou a Neo Química (da Hypermarcas) e assim que seus principais produtos passaram a ter versão genérica, fechou um acordo com a nacional Eurofarma para a comercializar o Lipitor no mercado desde o ano passado. 'Com a Teuto, vamos aumentar o nosso portfólio', afirmou Mezei. Mais popular, a Teuto avança em mercados onde a Pfizer dificilmente expandiria. 'Não queremos transformar a Teuto na Pfizer e vice-versa.' Com faturamento no Brasil em torno de R$ 3,5 bilhões, o que inclui a área farmacêutica, saúde animal e consumo, a Pfizer deverá crescer 3% em 2011. A divisão farma do grupo teve faturamento bruto de R$ 2,7 bilhões em 2010, de acordo com o IMS Health. 'Será um bom resultado, considerando a perda de receita de nossos dois principais produtos', observou Mezei. Os dados da Teuto ainda não fazem parte do resultado consolidado da companhia. Em 2010, a farmacêutica goiana encerrou com receita de R$ 325.000.000. De janeiro a julho deste ano, o crescimento das vendas foi de 41%, o que sinaliza um crescimento da mesma magnitude para este ano. O mercado brasileiro, assim com o chinês, está no radar da farmacêutica. 'O mercado brasileiro está entre os dez maiores do mundo e passará a ser o sexto em 2014', afirmou o executivo. O centro de pesquisa e desenvolvimento do grupo no Brasil também receberá maior atenção da matriz americana.

Fonte: Valor Econômico

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