Primeiro fitomedicamento brasileiro contra a gastrite e sintomas associados é aprovado pela Anvisa À base de Schinus terebinthifolius, o novo medicamento não causa os efeitos colaterais dos tratamentos tradicionais A Hebron Farmacêutica obteve, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a aprovação do primeiro fitomedicamento indicado para gastrite. À base de Schinus terebinthifolius, uma planta brasileira, o fitomedicamento é uma revolução no tratamento da gastrite e sintomas associados, pois possui evidência científica na cicatrização da mucosa gastrointestinal, atividade anti-inflamatória e antimicrobiana. Comparado aos medicamentos tradicionalmente utilizados no tratamento de gastrite, como os Inibidores da Bomba de Prótons (IBPs), o Kios, como será chamado comercialmente, não apresentou os efeitos colaterais típicos como náuseas,, azia e dor epigástrica. Para comparar a eficácia, a Universidade de Pernambuco realizou estudos clínicos com 72 voluntários com gastrite moderada. O estudo foi publicado na revista da Sociedade Brasileira de Gastroenterologia, na edição de outubro/dezembro de 2010. Os pacientes tratados com o fito à base de Schinus terebinthifolius tiveram 86,4% de melhora das náuseas e os tratados com o IBP apresentaram 72,2%. A dor epigástrica também melhorou em 84,4% para quem tomou o fitomedicamento, enquanto os demais alcançaram 72,7%. E a incômoda azia, melhorou 79,4% nos pacientes que usaram o fitomedicamento, contra 71,4% de melhora apresentada nos demais pacientes que tomaram o IBP. Quanto à melhora da doença em si, 64,3% dos que possuíam a gastrite moderada apresentaram significativa melhora, sendo 2,3 vezes maior que os tratados com o inibidor. Além disso, observou-se que 5,3% dos pacientes tratados com o fitoterápico apresentaram desaparecimento total da lesão da mucosa na endoscopia, enquanto não houve resultado significativo no grupo tratado com medicamento do tipo IBPs. O novo medicamento foi desenvolvido nos últimos oito anos em parceria com duas universidades e um hospital brasileiro. A parte farmacotécnica teve o apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); os estudos pré-clínicos foram efetuados em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); e os ensaios clínicos realizados no Hospital das Clínicas da Universidade de Pernambuco. Segundo o responsável pelos estudos clínicos, o médico Dr. Severino Santos, o objetivo do tratamento com o fitoterápico é melhorar a qualidade de vida dos pacientes, proporcionando alívio rápido aos sintomas associados à gastrite como dor, azia, saciedade precoce e náuseas, além de reduzir os danos ao tecido da mucosa do estômago. “Além disso, trata-se de um fitomedicamento de baixo custo, fácil acesso, podendo ser usado por um período mais prolongado, sem apresentar complicações da mucosa gástrica, conhecidas dos tratamentos atuais. Para desenvolver o novo fitoterápico, a Hebron Farmacêutica investiu cerca de R$ 2,25 milhões. Com previsão de chegada nas farmácias do país ainda este mês, o fito é uma nova opção de tratamento para um mercado que há mais de 20 anos não apresenta grandes inovações. No Brasil, o preço médio da caixa do fitomedicamento com 7 comprimidos será cerca de R$ 13,50. Também estarão disponíveis caixas com 14 e 28 comprimidos. De acordo com a IMS Health, o mercado de gastrite cresce em torno de 30% ao ano desde 2009 e movimenta R$ 1 bilhão.
Fonte: O Dia (RJ)
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