segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Testes de remédios rendem R$ 1,4 bi

Na última década, o Brasil assistiu a um enorme crescimento no número de medicamentos em teste. Números do principal banco de dados mundial indicam, em 2010, um aumento de 20 vezes na quantidade de novos estudos em comparação com 2000. O mercado já movimenta R$ 1,4 bilhão por ano. Cerca de 80% das pesquisas são patrocinadas por empresas multinacionais.
"O número de ensaios clínicos tem aumentado. Mas outros países correm a 60 km/h. Nós estamos a 10 km/h", afirma Gustavo Kesselring, diretor executivo do ViS, instituto de pesquisa responsável pela estimativa do mercado brasileiro de ensaios clínicos. "Atualmente, o setor já movimenta um volume de recursos Testes de remédios rendem R$ 1,4 biequivalente a 9% do déficit da balança comercial em farmacoquímicos. Imagine sem os entraves burocráticos."
Cerca de 63% dos testes correspondem à fase 3 do desenvolvimento de novos medicamentos - etapa em que o produto começa a ser testado em um grupo maior de pessoas, muitas vezes em diversos países.
Na prática, o porcentual comprova o baixo grau de inovação da indústria nacional: as fases 1 e 2 - que avaliam segurança e eficácia preliminar - costumam ocorrer no lugar onde os fármacos foram criados. No Brasil, elas representam só 26% dos estudos.
Em 2000, o ClinicalTrials.gov - base de dados do governo americano para testes clínicos - registrou 16 novos estudos no Brasil. Desde então, o número de novas pesquisas cresceu 20 vezes: no ano passado, foram 315.
Todo ensaio clínico no País demanda uma dupla aprovação: ética - realizada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e pelos comitês locais (CEPs) - e sanitária, sob responsabilidade da Anvisa.
A Conep, um órgão subordinado ao Conselho Nacional de Saúde (CNS), é o principal alvo das críticas das empresas, especialmente das multinacionais. A Resolução 196/1996 do CNS ocupa o centro da discórdia.
Ao estabelecer as atribuições da Conep, a resolução prevê que ela deve "aprovar e acompanhar os protocolos de pesquisas coordenadas do exterior ou com participação estrangeira". Protocolos de estudos nacionais - exceto em algumas áreas especiais como reprodução humana ou populações indígenas - só dependem da aprovação do CEP local.

Fonte O DIARIO






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