terça-feira, 26 de julho de 2011

Transtorno comportamental do sono deve ser tratado com medicamentos

Quem tem um sono agitado, se mexe muito durante a noite, fala, canta ou até dá socos e pontapés, deve ficar atento: esses sintomas podem indicar um transtorno comportamental do sono mais profundo. Cerca de 60% dos pacientes que passam pelo ambulatório do sono do hospital das Clínicas de Ribeirão Preto tem esse problema, que pode ser tratado com uso de medicamentos.
Quem sofre deste distúrbio até conseguem dormir, mas nunca relaxa: mexem os braços, as pernas e - o pior - partem para o ataque. Quando sonham que estão brigando, aí sobra pra quem está ao lado. São socos e pontapés - na certa.
O aposentado Hermes Procópio dos Santos, de 74 anos, passou por esse drama. Ele sofre do transtorno comportamental do sono, uma doença que atinge 0,5% dos brasileiros. Na maioria das vezes homens.
Na Clínica do Sono, no HC de Ribeirao Preto, os pacientes passam por uma complexa avaliação. Neles são instalados sensores que vão registrar, durante a noite, o comportamento que apresentam quando dormem. Tudo é gravado por câmeras. Batimentos cardíacos, movimentos, qualquer anormalidade e o que os pacientes falam durante o sono, cada reação é avaliada depois pelos médicos.
Uma pesquisa feita na USP, entre as pessoas que procuraram tratamento, revelou que 60% delas achavam normal alguém se mexer muito durante o sono. Não é normal não. O cérebro das pessoas que sofrem da doença não produz o estímulo inibitório, ou seja, a ordem para o corpo cessar os movimentos durante o sono, uma defesa natural do organismo.
Estudos mostraram que esses transtornos podem durar, em média, 25% do tempo em que uma pessoa dorme em uma noite. Ocorre no pico do sono, quando os olhos começam a fazer movimentos giratórios bem rápidos.
Tratamentos com medicamentos podem ajudar quem vive com o transtorno. O método ajudou o aposentado juvenal tonello filho a parar de bater na mulher quando começava a dormir. Em uma noite de crise intensa, a copeira Nadir Tonello viveu um pesadelo. O marido tentou matá-la enquanto dormia. Juvenal conta que jamais se deu conta do que fazia.



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