Cientistas passaram a descobrir que mulheres são mais
sensíveis e têm respostas colaterais mais adversas para vários medicamentos, a
começar pelos remédios para dormir, como notificou recentemente a agência
sanitária dos EUA, a Food and Drug Administration (FDA). No caso em específico,
foi relatado que um remédio para insônia, o Intermezzo, é metabolizado por
homens mais rapidamente que em mulheres. O princípio ativo da droga é o
zolpidem, usado em outros medicamentos de mesma finalidade, como o Ambien. Por
causa da diferença de efeitos, a FDA reduziu pela metade a dose recomendada para
o sexo feminino.
O Intermerzzo, como o nome sugere, é usado para
pacientes que têm insônia na metade da noite e não precisam de uma droga que
faça efeito para as oito horas de sono mas, sim, um meio termo. Estudos mostram
que mulheres podem ter reações diferentes com tranquilizantes e também com uma
gama medicamentos que pode variar de uma aspirina a anestesias.
“É apenas a ponta do iceberg. Há várias diferenças de
reações entre homens e mulheres para vários medicamentos, algumas já conhecidas
e outras nem tanto.” disse Janie Clayton, diretor do Escritório de saúde
Feminina no Instituto Nacional de Saúde, nos EUA, para o jornal New York
Times.
A reportagem no jornal americano conta que, até 1993,
mulheres em idade fértil eram excluídas de testes de novos medicamentos. A
restrição, que terminou este ano, causou uma lacuna na avaliação dos efeitos de
remédios em mulheres. A ausência de estudos para esta faixa populacional colocou
em xeque até os efeitos da aspirina em mulheres nas indicações para doenças
coronarianas e derrames. Um estudo do Government Accountability Office, um
equivalente ao Tribunal de Contas da União nos Estados Unidos, indicou que oito
em cada 10 drogas retiradas do mercado entre 1997 e 2000 ofereciam mais riscos à
saúde para mulheres que homens.
E não é só porque mulheres são menores que os
homens.Elas
metabolizam os medicamentos de forma diferente porque têm uma porcentagem maior
de gordura no corpo e passam, todos os meses, por flutuações nas taxas de
hormônios, como no ciclo menstrual. Outro exemplo é o Seldane, um
anti-histamínico, e o medicamento para o trato gastrointestinal Propulsid, que
dão mais chance a mulheres que homens de desencadear uma arritmia cardíaca
fatal.
Mas as
diferenças podem também pesar a favor da mulheres. Alguns remédios para pressão
alta e antibióticos, como a eritromicina, parecem ser mais eficazes para o sexo
feminino. Por outro lado, mulheres tendem a acordar do efeito de anestesia mais
rapidamente que homens, além de serem elas as mais sensíveis para os efeitos
colaterais, de acordo com a Sociedade para a Pesquisa da Saúde Feminina, também
dos EUA. .
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